Eu nunca fui magra. Até os meus 8 anos eu era considerada “saudável”,
quando descobri que tinha colesterol, digamos, elevado para uma criança. Foi aí
que as minhas primeiras reeducações alimentares começaram. Sim, tive mais de
uma, e o porquê eu explico agora.
Me alimentar de forma saudável nunca foi um problema pra
mim, eu só não praticava (rs). Sempre gostei de (quase) todos os tipos de
salada, frutas e grãos. Eu comia de tudo.
Com o tempo, fui emagrecendo e, consequentemente, melhorando
a minha saúde. Então a adolescência chegou. Êta fasezinha difícil, hein? Muito
mais cobrança (física e mental). Muito mais emoções que antes não eram
manifestadas. Muito mais preocupações. E uma das minhas principais sempre foi
com o corpo.
Ver minhas amigas usando biquíni me deixava mal, porque,
como já era de se esperar, quase todas eram magras e tinham corpos considerados
“normais”. E o meu não. Sempre precisei conviver com duas ou três dobrinhas na
barriga e coxas enormes, o que fazia com que a minha autoestima despencasse lá
embaixo. Por muitos anos, tive vergonha de entrar na piscina ou no mar, de usar
roupas mais coladas ou curtas e de comer na frente dos outros. É claro que isto
me trouxe consequências, a começar pelo meu emocional que continuava frustrado.
Quando comecei a mudar, meu pensamento começou a mudar
também. Fui motivada pelo desejo de recomeçar. O problema, é que eu sempre
iniciava, e no meio, desistia. “Ah, deixa pra lá, eu já to gorda mesmo”.
Familiar?
Eu era muito nova pra ter tanto problema de autoimagem, e
confesso que ainda luto para superar todos. Passei anos e anos emagrecendo e
engordando que eu não sabia mais o corpo que tinha. Até que engordei 8 kg.
Cheguei em um ponto que eu nem prestava mais atenção no que estava comendo, então
parei e pensei “caramba, eu preciso mudar”.
E eu precisava mesmo. Tanta ansiedade me levou a não caber
mais nas roupas compradas recentemente, o que foi apavorante pra mim. Precisei
primeiro mudar o meu interior e colocar na cabeça que sim, eu era capaz, e que
sim, eu ia conseguir. Foram várias técnicas que usei pra tentar me manter em
foco. Criei um Instagram com o objetivo de postar fotos da minha alimentação e
assim, ter uma ocupação, algo que me fizesse ter força de vontade. E deu certo
(no início). Então cai de novo. Mais ansiedade, tensões e rotina me levaram a
sair mais uma vez de forma.
Como tentar sozinha não estava funcionando, pedi ajuda. E
que fique bem claro o que eu penso sobre isso: ter apoio e orientação é um
ótimo começo pra quem está tentando mudar de vida, seja qual for a meta. Hoje,
consulto com uma nutricionista (e que faz questão de me puxar as orelhinhas as
vezes hehe), faço Muay Thai e pilates uma vez por semana, e danço na frente do
espelho, o que já é muito natural pra mim. O que eu digo disso tudo é que anda
me fazendo um bem enorme. Finalmente encontrei aonde descontar sentimentos
ruins e sair aliviada.
Sobre a alimentação, continuo comendo de tudo, menos o que
eu sei que não precisa estar dentro de mim. Hoje, bebo muito mais água, me
alongo mais, caminho mais, me motivo mais, me amo mais. E voltei com o
Instagram porque realmente acho que me ajuda. O que me puxa pra continuar
mesmo, é saber que estou cuidando de mim mesma e me dando a atenção que mereço.
Não só como questão de estética, mas como saúde. E aprendi que ser saudável é
manter-se, PRINCIPALMENTE, em equilíbrio. Meu forte.